Quem sou eu?
- Soninha
- Quem sou? Isso importa? Sou apenas uma que bate na porta e diz um verso...
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
MULHERÃO...
Peça para um homem descrever um mulherão.Ele imediatamente vai falar do tamanho dos seios,na medida da cintura,no volume dos lábios,nas pernas,bumbum e cor dos olhos.Ou vai dizer que mulherão tem que ser loira,1,80m,siliconada,sorriso colgate.Mulherões,dentro deste conceito,não existem muitas:Vera Fischer,Leticia Spiller,Malu Mader,Adriane Galisteu,Lumas e Brunas.Agora pergunte para uma mulher o que ela considera um mulherão e você vai descobrir que tem uma a cada esquina.
Mulherão é aquela que pega dois ônibus por dia para ir ao trabalho e mais dois para voltar,e quando chega em casa encontra um tanque lotado de roupa e uma família morta de fome.Mulherão é aquela que vai de madrugada para a fila garantir matricula na escola e aquela aposentada que passa horas em pé na fila do banco para buscar uma pensão de 100 Reais.
Mulherão é a empresária que administra dezenas de funcionários de segunda a sexta, e uma família todos os dias da semana.Mulherão é quem volta do supermercado segurando várias sacolas depois de ter pesquisado preços e feito malabarismo com o orçamento.Mulherão é aquela que se depila, que passa cremes, que se maquia, que faz dieta,que malha,que usa salto alto, meia-calça,ajeita o cabelo e se perfuma,mesmo sem nenhum convite para ser capa de revista.Mulherão é quem leva os filhos na escola,busca os filhos na escola,leva os filhos para a natação,busca os filhos na natação,leva os filhos para a cama,conta histórias,dá um beijo e apaga a luz.Mulherão é aquela mãe de adolescente que não dorme enquanto ele não chega, e que de manhã bem cedo já está de pé, esquentando o leite.
Mulherão é quem leciona em troca de um salário mínimo,é quem faz serviços voluntários,é quem colhe uva,é quem opera pacientes,é quem lava roupa pra fora,é quem bota a mesa,cozinha o feijão e à tarde trabalha atrás de um balcão.Mulherão é quem cria filhos sozinha, quem dá expediente de oito horas e enfrenta menopausa,TPM,menstruação.Mulherão é quem arruma os armários, coloca flores nos vasos,fecha a cortina para o sol não desbotar os móveis, mantém a geladeira cheia e os cinzeiros vazios.Mulherão é quem sabe onde cada coisa está, o que cada filho sente e qual o melhor remédio pra azia.
LUMAS,BRUNAS,CARLAS,LUANAS E SHEILAS:Mulheres nota dez no quisito lindas de morrer, mas MULHERÃO É QUEM MATA UM LEÃO POR DIA
(Martha Medeiros)
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
perto é onde mesmo?
Fico aqui a pensar sobre distancias e meu coração se confunde quando meu cérebro a conceitua.
Meu cérebro diz que distancia se mede em metros, km, milhas... meu coração diz que distancia se mede em ausencias que nem sempre ocorrem por estarmos separados geograficamente.
Hoje eu tenho acreditado mesmo que perto é lá onde o coração fez morada.
Estar perto de quem eu amo é estar conectado por caminhos diferenciados... caminhos que não se medem, não se delongam... são sempre presentes, atuais e próximos ao coração.
Sou saudosa de presença física, mas estou perto demais do coração de quem se distanciou para além dos meus olhos...
Eu curto estar perto das pessoas que amo... e para isso, ouso unicamente, viajar pelos caminhos do meu coração.
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
Vovó... quem é essa mulher?
Com o olhar translúcido e levemente úmido, olho a vida com a mansidão de quem a percorreu com significados e compromisso.
Vejo marcas em meu corpo como resposta do tempo que vivi até hoje, e percebo-me experimentando sensações novas que a vida me presenteou com a chegada de um bebê... a filha da minha filha!
Essas marcas vão desde a necessidade de usar óculos para escrever essas linhas, até as mãos semi-enrugadas a dedilhar esse teclado.
Agora eu sou vovó e isso é novidade pra mim.
Essa palavra em meus ouvidos tem conotações estranhas. Provavelmente resultado de uma realidade de neta ou de um tempo em que as avós comunicavam para os netos impressões de antiguidade.
Eu não sinto essa antiguidade em mim, mas sei que a minha jovialidade está mais na experiência nova que vivo desde que Isadora nasceu, do que na flexibilidade de meus joelhos.
Quero a lucidez das avós que carregam a história da família em baús que se instalaram no coração.
Quero a lucidez para lembrar que sem mim, a Isadora não existiria e ela é resultado também de escolhas que eu fiz em minha vida.
Aí já começa a minha responsabilidade de avó.
Aí começam as novas lições que preciso exercitar na nova faze que se desenrola para minha alegria e para o meu compromisso.
Tudo o que posso fazer agora é revestir-me de gratidão e humildade para aprender com a Isadora a ser avó que valha a pena ser.
A consciência clara de que não sou sua mãe, penso que seja o primeiro passo e talvez o mais importante.
Olhando-a de um patamar distinto onde percebo nela traços familiares, preciso respeitá-la como uma criança que se assemelha com todas as crianças do mundo embora seja única.
Preciso saber o que as crianças querem e o que elas, verdadeiramente precisam para serem pessoas felizes.
Todas as crianças do mundo querem e precisam de amor.
Todas as crianças do mundo merecem ter uma família para experimentar esse amor imensurável que as possibilite crescer num espaço acolhedor.
Todas as crianças do mundo querem e precisam segurança fruto do reconhecimento daquilo que é certo e é errado, construindo e respeitando assim, os seus limites e as suas possibilidades.
Como avó, desafio-me a ser referencia disso tudo para Isadora.
Tendo o dialogo e o afeto como instrumento, nós avós temos a responsabilidade de comunicar toda a história de vida que nossa família escreveu.
E ainda dispormos continuar a escrita da nossa história que tem sementes de eternidade, plantadas no coração daqueles que vem depois de nós.
Acho que descobri na Isadora um antídoto contra envelhecimento: sinto-me criança novamente nela e com ela.
Obrigada, bebezinho da vovó!
Soni de Mello Santos
Escritora e Pedagoga
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