Silencia minha alma, silencia...
Não fica querendo entender as coisas que estão incompreensíveis nessa hora. É cedo ainda. Há tempo pra que essas coisas se desvelem... ou se revelem. Não sofras tanto por causas tão frágeis e tão sutis. A vida é dureza e a compreensão da mesma é apenas uma das suas facetas. Absorva a vida por inteiro sem desejar desnudá-la. Apenas absorva-a com mansidão e languidez. Então ela se mostrará inteira e na sua inteireza, encontrarás a resposta para todas as tuas inquietações.
Quem sou eu?
- Soninha
- Quem sou? Isso importa? Sou apenas uma que bate na porta e diz um verso...
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
domingo, 20 de fevereiro de 2011
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
domingo, 6 de fevereiro de 2011
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
por causa da saudade do Davi
Fico pensando se escrever fosse remédio pra matar saudade eu, com certeza, escreveria um milhão de páginas.
O que eu quero dizer com isso?
Quero dizer que a saudade é um bichinho malvado que me persegue o dia todo, mas eu o espanto com minhas andanças de cá para lá. Porém quando chega a noite, ela me alcança e toma conta de mim. É que eu não resisto a ela. Talvez porque estou cansada da lida, talvez, porque resistir me deprime... ou porque começo a sentir um leve prazer, tipo um contentamento descontente, uma presença ausente, uma alegria triste... e isso basta para ocupar meu pensamento num dia que quer dormir.
Muitas vezes sinto a saudade desses dias que se despedem, porque, de alguma forma, foram eles que semearam em mim a resistência para fugir das saudades.
Como pode o ser humano, viver e ser feliz, deixando atrás de si aquilo que o constituiu como tal?
Eu não sei ser feliz assim, juntando os cacos em minha memória, para recuperar aquilo que foi real e inteiro na minha vida e se quebrou.
Hoje sinto saudade. Muita saudade!
A ”bichinha” encontrou-me desprevenida e tomou conta da casa.
Como sempre, nem pede licença. Abanca-se do meu lado e faz perguntas imbecis.
Hoje ela veio me perguntar como é que eu agüento ficar um ano inteirinho longe do meu irmão.
Quando percebi a sacanagem da pergunta entendi o que a saudade queria. Ela só desejava ver-me chorar um pouco pra depois sossegar minha alma.
Fazendo um parêntese, aprendi que lágrima é a melhor maneira de afogar saudade. Saudade não resiste às lágrimas... elas se afogam. Eu já tive prova disso.
Ao ser interpelada por uma questão tão absurda, a primeira resposta foi outra pergunta: quem disse que eu agüento?
Quando meu irmão era bebê e eu tinha apenas três anos de idade, eu já não agüentava muita coisa. Não agüentava vê-lo muito doente, com fortes crises de asma, com alergia em todo o seu corpinho miúdo... Eu não agüentava e chorava (a gente não chora só de saudade). Ele crescia e demorava a ficar curado. Meu pai peregrinava com ele para tantos lugares em busca de médicos. Eu não agüentava vê-lo se ausentando das nossas brincadeiras de criança por causa de sua saúde fragilizada.
Depois que o tempo desfilou mais depressa e a gente já se achava “grande”, ele foi o meu irmão grandão. O primeiro irmão menino. “O cara”. Aquele que me escutava e me levava pra passear.
Agora, além de irmão, ele é marido, é pai, é avô. Ele tem sua casa, sua família e seus sonhos. Penso que conheço meu irmão, mas não conheço direito os seus sonhos. Aliás, não os compreendo, porque para realizá-los, ele se foi embora.
Já passou um ano que eu não vejo os meus olhos refletidos nos olhos do meu irmão e nem consigo segurar as mãos calejadas dele, nem sentir seu cheiro, nem passar a mão nos seus cabelos encaracolados.
Talvez porque eu esteja muito triste, eu não consigo entender como foi que eu fiquei fora dos seus sonhos. Temo que a gente se acostume com a distancia e faça da saudade apenas uma ausência qualquer.
Como é que eu agüento ficar tanto tempo longe?
Não agüento, mas sobrevivo por causa das minhas falas contidas que se derramam nesse papel.
Eu já liberei meu pranto, já soltei meu grito e já posso dormir.
Eu sou forte e resisto... e essa saudade não me pega tão fácil assim, jamais. Até o dia em que eu quiser deixá-la entrar em mim.
Sou livre também pra sentir saudade.
Ela não manda em mim... (até parece) (03.01.11)
O que eu quero dizer com isso?
Quero dizer que a saudade é um bichinho malvado que me persegue o dia todo, mas eu o espanto com minhas andanças de cá para lá. Porém quando chega a noite, ela me alcança e toma conta de mim. É que eu não resisto a ela. Talvez porque estou cansada da lida, talvez, porque resistir me deprime... ou porque começo a sentir um leve prazer, tipo um contentamento descontente, uma presença ausente, uma alegria triste... e isso basta para ocupar meu pensamento num dia que quer dormir.
Muitas vezes sinto a saudade desses dias que se despedem, porque, de alguma forma, foram eles que semearam em mim a resistência para fugir das saudades.
Como pode o ser humano, viver e ser feliz, deixando atrás de si aquilo que o constituiu como tal?
Eu não sei ser feliz assim, juntando os cacos em minha memória, para recuperar aquilo que foi real e inteiro na minha vida e se quebrou.
Hoje sinto saudade. Muita saudade!
A ”bichinha” encontrou-me desprevenida e tomou conta da casa.
Como sempre, nem pede licença. Abanca-se do meu lado e faz perguntas imbecis.
Hoje ela veio me perguntar como é que eu agüento ficar um ano inteirinho longe do meu irmão.
Quando percebi a sacanagem da pergunta entendi o que a saudade queria. Ela só desejava ver-me chorar um pouco pra depois sossegar minha alma.
Fazendo um parêntese, aprendi que lágrima é a melhor maneira de afogar saudade. Saudade não resiste às lágrimas... elas se afogam. Eu já tive prova disso.
Ao ser interpelada por uma questão tão absurda, a primeira resposta foi outra pergunta: quem disse que eu agüento?
Quando meu irmão era bebê e eu tinha apenas três anos de idade, eu já não agüentava muita coisa. Não agüentava vê-lo muito doente, com fortes crises de asma, com alergia em todo o seu corpinho miúdo... Eu não agüentava e chorava (a gente não chora só de saudade). Ele crescia e demorava a ficar curado. Meu pai peregrinava com ele para tantos lugares em busca de médicos. Eu não agüentava vê-lo se ausentando das nossas brincadeiras de criança por causa de sua saúde fragilizada.
Depois que o tempo desfilou mais depressa e a gente já se achava “grande”, ele foi o meu irmão grandão. O primeiro irmão menino. “O cara”. Aquele que me escutava e me levava pra passear.
Agora, além de irmão, ele é marido, é pai, é avô. Ele tem sua casa, sua família e seus sonhos. Penso que conheço meu irmão, mas não conheço direito os seus sonhos. Aliás, não os compreendo, porque para realizá-los, ele se foi embora.
Já passou um ano que eu não vejo os meus olhos refletidos nos olhos do meu irmão e nem consigo segurar as mãos calejadas dele, nem sentir seu cheiro, nem passar a mão nos seus cabelos encaracolados.
Talvez porque eu esteja muito triste, eu não consigo entender como foi que eu fiquei fora dos seus sonhos. Temo que a gente se acostume com a distancia e faça da saudade apenas uma ausência qualquer.
Como é que eu agüento ficar tanto tempo longe?
Não agüento, mas sobrevivo por causa das minhas falas contidas que se derramam nesse papel.
Eu já liberei meu pranto, já soltei meu grito e já posso dormir.
Eu sou forte e resisto... e essa saudade não me pega tão fácil assim, jamais. Até o dia em que eu quiser deixá-la entrar em mim.
Sou livre também pra sentir saudade.
Ela não manda em mim... (até parece) (03.01.11)
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